Escrever não é tarefa fácil. Diria até que é a tarefa mais difícil que o ser humano pode executar. Por que escrever não é apenas rabiscar linhas, ou contar alguma coisa. Escrever é botar nestas páginas o que se passa em nossas mentes, o que sentimos bem em nosso íntimo, e nem sempre entendemos o que as linhas preenchidas de tantas páginas querem dizer, não compreendemos o que nós queremos dizer... Escrever sobre o que? Escrever como? Escrever... escrever... escrever... um poema? Um conto? Um romance? Uma trama policialesca? Uma ode? Ou escrever a toa, tudo o que vem na mente? Vamos lá!
"Tudo começou numa manhã, numa manhã de terça-feira, num lugar perdido no mapa. O sol ali era tão quente e tão acolhedor que já começou sorrindo. O choro nada mais era do que uma gargalhada, uma forma emocionada de saudar a vida! E assim nasceu. Numa manhã de terça-feira, com cheiro de sol e alegrias ressonantes. Começou então uma romaria de pessoas para conhecer, sorrir, apertar bochechas, dar broncas, jogar para o ar e colocar no colo. Pessoas que caminhariam sempre com ela. Algumas perto e outras distantes, mas sempre ali. Era o chamado do sangue. Família. Grande. Barulhenta. Ímpar em suas imperfeições e manias. Mas mesmo assim, completavam o cenário daquela menina que também era barulhente, que era birrenta, que era ímpar de tantas formas, que era autêntica! O tempo passou, como sempre passa, e a menina que nasceu ontem numa manhã de terça-feira tornou-se um outro ser cujo sangue pulsa mais rápido e mais forte sempre que ela está sob o sol... o sol que a brindou na sua primeira gragalhada/choro... o sol que marca de forma indelével o lugar em que ela começou sua longa jornada em busca da única coisa que todo ser humano busca a vida inteira: a busca do ser. Todo ser humano, ela percebeu, busca a possibilidade de SER. Não de ser arquiteto, ou médico, ou eletricista, ou gari... ou qualquer que seja a profissão escolhida. Não! Ela percebeu que todo ser humano busca a possbilidade de SER ELE MESMO! É isso aí! Ser ele mesmo!! E ela começou a construir o ser que ela era... e foi descobrindo muito de si ao longo da jornada.... e foi descobrindo muito sobre o mundo ao longo de seu caminho... e percebeu que o mundo (e ela mesma!) não era só branco e preto! O mundo tinha cor! E ela também! O mundo era um caleidoscópio de cores e brilhos e sons! E ela?!? Ela?!? Ela era um caleidocópio de vários tons e faces! Ela era várias e todas ao mesmo tempo! Era sempre uma cara nova a se descortinar na fantástica experiência do autoconhecimento! Dependendo do momento ela era uma romântica... poderia também ser uma cínica... e ser também uma crente... ou uma descrente... solitária... cheia de alegria.... melancólica.... ela descobriu que tinha várias almas... várias cores de pele... várias faces...Deus! Ela tinha em si a capacidade de ser tudo! A capacidade de ser livre de quaisquer rótulos! Ela era sempre mais que uma ao mesmo tempo! A forte! A fraca! A confiante! A insegura! Mas, uma coisa que ela sempre deixava clara a toda gente é que ela era ÚNICA! Jamais existiria ninguém igual a ela! Ela era deusa! A matriarca! A filha mais nova! Ela era a companheira.... a esposa... a amiga... a amante...Porém, seja quem ou o que ela fosse, seja qual fosse sua cor, o som que seu ser propagava... o cheiro que exalava seu corpo... ela sempre era, e sempre seria AUTÊNTICA! Não existe ser mais belo ou mais divino... o universo nunca mais criou nada tão sagrado quanto esse ser.... essa menina.... essa forma perfeita e sublime que é a mulher!"
E assim, começa a difícil arte de escrever... jogando no 'papel' aquilo que a mente vai desvendando ao longo do bater das teclas ou de passear da caneta...