domingo, 26 de julho de 2015

À Pedro, com amor





Há um tempo atrás escrevi aqui no blog sobre Dona Isabel, uma querida amiga que fiz aqui em Coimbra e sobre como a vivacidade dela iluminou um pouco mais a minha vida, hoje, depois de longo tempo sem escrever por aqui venho falar de outra pessoa que me é também bastante cara. Hoje eu falarei do meu irmão, do irmão que a vida me deu, o nome dele é Pedro, Lola, e o conheço há mais de uma década, mas só vim mesmo a conhecê-lo aqui em Coimbra... é... Coimbra tem me proporcionado muitas surpresas.

Dizem que só se conhece verdadeiramente alguém quando se convive com essa pessoa de forma quotidiana sob o mesmo teto... Pois bem, Pedro chegou aqui em Coimbra no dia 27 de abril desse ano, veio me ver e passar quase três meses aqui comigo.

Quando Pedro chegou, parecia que de certa forma meu lar, meu lugar, tinha chegado com ele. Junto com ele vinha o calor do Recife. As comidas da minha terra e a alegria da minha antiga zona de conforto. Quando encontrei Pedro no aeroporto de Lisboa foi como se junto a ele estivesse toda a minha família e todos os meus amigos deixados do outro lado do Atlântico nessa minha busca por um sonho... No início desse convívio intenso e diário, era o mesmo Pedro de sempre, aquele que eu pensava tão bem conhecer... eu nem sonhava com as surpresas que viriam...

O Pedro que eu aprendi a amar e adotei como irmão, não era aquele que eu pensava conhecer, um ser quase super-humano, todo cheio de qualidades e sem nenhum defeito.... longe disso! O Pedro que eu pensava conhecer era apenas uma ilusão criada a partir de observações superficiais... quando desbravamos Coimbra e o "mundo" percebi que aquele Pedro de Recife não existia... Pedro não era o "meu" Pedro super-humano.... Pedro era o Pedro que eu nunca tinha visto... e perceber isso foi maravilhoso!

Durante 89 dias nós brincamos, falamos sério, brigamos, fizemos birra, nos abraçamos, nos emocionamos... nós nos conhecemos como seres humanos reais e falhos, cheios de defeitos e qualidades... Perceber o quanto Pedro era humano (e não super-humano) foi a coisa mais linda e gratificante da minha vida.

Quando eu, enfim, soube quem era Pedro de verdade, sem máscaras nem subterfúgios, diferentemente do que muitos fazem e pensam, meu amor por ele não diminuiu nem um milímetro... na verdade, meu amor por ele só fez aumentar e se tornar mais sólido e verdadeiro!

É interessante como amar alguém é algo forte e sublime... Quando verdadeiramente amamos alguém, ver essa pessoa de forma plena e crua apenas nos faz amá-lo ainda mais... Por isso, digo a todos você que me lêem: se permitam conhecer seus amigos de forma plena... se permitam conhecer seus familiares (pais, filhos, irmãos, avós, tios, primos) de forma plena... se permitam se conhecer de forma plena... estar aberto para conhecer e perceber o outro não leva ao desamor, pelo contrário, leva ao amor consciente, ao verdadeiro amor: o amor apesar de... porque no final das contas, o "apesar de" não importa se o que se sente é mesmo amor....

Obrigada, Pedro! Sou muito grata pela sua companhia todos esses dias... sou eternamente grata a Deus e ao Universo por ter nos feito cruzar o caminho um do outro... sou grata a você por teres permitido e aceitado ser meu irmão... Sou grata a você por teres me ensinado tanto... por teres me mostrado o verdadeiro Pedro para além de qualquer máscara com que somos obrigados a andar nesse mundo... grata por me amares e por me cuidares... grata por seres verdadeiro comigo e por sempre estares lá para mim, mesmo de forma silenciosa... Obrigada, meu querido irmão por seres quem é: um ser humano lindo com um potencial extraordinário para caminhar na luz dessa estrada tortuosa chamada vida!!!


Já estou com saudades! Essa casa e Coimbra não são as mesmas sem você!!! Volta logo, que Lola quer te conhecer!!!