terça-feira, 10 de maio de 2011




No divino impudor da mocidade, 

Nesse êxtase pagão que vence a sorte, 
Num frêmito vibrante de ansiedade, 
Dou-te meu corpo prometido à morte! 

A sombra entre a mentira e a verdade... 
A nuvem que arrastou o vento norte... 
Meu corpo! Trago nele um vinho forte: 
Meus beijos de volúpia e de maldade! 

Trago dálias vermelhas no regaço... 
São os dedos do sol quando te abraço, 
Cravados no teu peito como lanças! 

E do meu corpo os leves arabescos 
Vão-te envolvendo em círculos dantescos 
Felinamente, em voluptuosas danças... 


Florbela

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