Nessas últimas semanas, tenho dormido e acordado com alguns teóricos da História...e alguns pontos de suas infindáveis teorias me chamaram atenção, não pela aplicabilidade na escrita histórica, mas, pela aplicabilidade na vida.
Reparem, Michel de Certeau diz que nenhuma historiador, ou cientista social, pode fugir do seu LUGAR SOCIAL. O lugar social ao qual pertencemos permeia nossa visão do fato histórico, direciona nossos questionamentos aos documentos, influencia nossa escrita e a escolha dos nossos objetos... enfim, o lugar social está indissoluvelmente conectado às nossas escolhas!
Esse lugar social, pode ser transportado para a vida particular de cada um. Não fica restrito apenas ao modos operandi profissional!
O lugar social é aquilo, que de certa forma, nos constitui. São nossas paixões. São nossas tradições. São nossas famílias. São nossas classes sociais. Ou seja, o lugar social poderia ser o meio social no qual nascemos e somos criados.
Infelizmente, algumas pessoas adquirem um lugar social de pequinês e desocupação, que sua única felicidade na vida é tentar minar o outro-ativo, pelo simples fato de o outro-ativo ser tudo aquilo que ele não é, e talvez nem chegue a ser!
No universo feminino, nós Mulheres-Mancebos, sofremos bastante as consequências do lugar social. Nós mulheres, ainda hoje, somos vistas como seres humanos de segunda categoria, seres humanos menos importantes do que os homens. Infelizmente, Lola, ainda é assim!
Quando a Mulher-Mancebo mostra-se competente, o que acontece? Seu chefe, normalmente um homem, tenta minar de todas as formas a reputação de competência e comprometimento que a Mulher-Mancebo possui. Ele, o chefe, faz de tudo para que o brilho da Mulher-Mancebo se desvaneça. Muitas vezes, esse chefe não consegue alcançar suas metas; não tem competência real para exercer aquele cargo, não cumpre seu papel no lugar social do trabalho como deveria e sente-se profundamente atingido em seu infeliz ego pelo fato de a Mulher-Mancebo ser pontual, atingir suas metas, conquistar os colegas de trabalho, receber elogios dos subalternos a ela...o ego dele explode em milhares de pedacinhos por causa disso!
Você me perguntará, Lola, "a Mulher-Mancebo" se aflige ou se preocupa sobre isso?". Não, Lola! A Mulher-Mancebo não se preocupa com isso! Afinal a Mulher-Mancebo traçou o seu lugar social sem medo, nem dúvidas! A Mulher-Mancebo faz sempre cara de paisagem quando seu chefe machista e incompetente vem tentar diminuir seu trabalho, ou quando alguém (homem ou mulher) tenta fazer o mesmo. O lugar social de uma Mulher-Mancebo é permeado de pessoas a segurar as pontas do seu tapete. Permeado de pessoas queridas e amadas que estão sempre ali com ela! Permeado de pessoas incompetentes e infelizes consigo mesmas, que sonham em ser Mulheres-Mancebo algum dia (ou seja, sonham em ter a competência e a coragem que nós temos!)... Mas, Lola, como disse o poeta "as pedras no caminho? guardo-as todas! um dia construirei um castelo!"
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