Bom dia, Lola! Você já leu a "Declaração Universal dos Direitos Humanos"? Não?!? Pois, então, vou te contar um segredo: lá diz que todo homem deve ser livre! Isso mesmo, Lola, livre! Não somente livre dos antigos grilhões da escravidão, mas, livre em todos os aspectos de sua vida!
Aí, eu me pergunto, Lola, será que nos dias atuais temos mesmo liberdade de escolher nosso caminho ou ainda somos cerceados pelos que a 'sociedade' dita e proclama como 'o correto'?!? Vejamos alguns exemplos simples:


E, enfim, a nossa liberdade de escolha!! Lola, querida, você acha que uma mulher que sai na rua de mini-saia, top colado e salto está escolhendo ser estuprada por um homem?!? Claro que não, né Lola?!? Mas é assim que a nossa sociedade machista enxerga a mulher! Como se nós não tivéssemos direito de andar na rua da forma que quisermos! Como se nossa missão na terra fosse provocar os homens para que eles nos tomem à força!! Por favor, me poupe!! Quer dizer que se uma mulher escolhe se vestir da forma que achar melhor está provocando o homem, o incitando à violá-la?!? Levando-o a 'exercer' a posse forçada sob aquele corpo?!? Isso só poderia existir na mente tosca daqueles que se proclamam 'homens esclarecidos', dos ditos 'pilares da sociedade'!! Por favor, acordem!!! E no caso das escolhas particulares?!? Cruzes!! É marginalização certa se você não optar pelas escolhas particulares professadas por toda a sociedade como as corretas, viu, Lola?!? Vejamos, se nós Mulheres pensamos antes na carreira para depois pensar em casamento e filhos, putz! Devemos ser uma bando de sapatas enrustidas ou mal-amadas de primeira categoria! Afinal, o papel da Mulher na sociedade é ESCOLHER ser esposa, mãe e, depois, profissional, qualquer escolha que vá de encontro a isso é vista como estranha e incorreta!! Se nós, Mulheres, além de sermos profissionais, também somos tudo aquilo que a sociedade espera de nós (esposas e mães) e delegamos o cuidado da casa à uma secretária e não nos preocupamos em lavar, passar e cozinhar, bem, então estamos tentando competir com nosso maridos no 'dever sagrado' dele que é manter a casa! Se ESCOLHEMOS ser feministas e lutar pelo direito da Mulher (o direito de escolha, o direito de livre expressão, o direito de pensamento, o direito de não viver com um companheiro que a espanque, o direito de viver a vida como bem se entende, etc...etc...etc...), então, as ditas Mulheres-Vintage e os demais Mancebos-Jurubebas dirão logo: Ah! Feministas?!? Deve ser um grupinho fechado de sapatas que se reúnem para meter o pau nos homens!!! Acordem!!! ESCOLHER ser feminista é ESCOLHER lutar por todos os direitos que desde sempre foram ( e continuam sendo) negados às mulheres!!! Nós, feministas gostamos de MANCEBOS, mas não damos nosso lugar à nenhum deles, sacou Lola?!? E a liberdade de escolha das 'outras' minorias?!? Negros, índios, homossexuais, pobres, deficientes... será que são respeitados e cumpridos?!? Faz-me rir!! Para negros, pobres e indígenas terem acesso ao ensino superior nesse país foi necessário criar um regime de cotas!! Cotas!! Sabe porque, Lola?!? Porque nenhum deles tem respeitado seu direito básico à uma educação pública de QUALIDADE!!! Então, como competir com os outros alunos oriundos do ensino particular?!? Porque tapar o sol com a peneira e criar cotas ao invés de investir na melhoria do ensino público brasileiro?!? Porque cotas dá voto, Lola!!! E o que dizer dos deficientes?!? O transporte público ainda é inapropriado para eles! As calçadas (as do Recife, então!) são verdadeiras maratonas com obstáculos! E a falta de respeito é gritante!!! E o público homossexual?!? Recentemente, Lola, um pai andava de mãos dadas com o filho adolescente em São Paulo e foi agredido por um grupo de 'homens heterossexuais' por pensarem que os dois eram namorados! O pai quase foi morto por esses seres humanos 'esclarecidos'! A que ponto chegamos, Lola?!? Nós não podemos mais andar de mãos dadas com nossas mães, pais, irmãs, tias e tios, sem que se pense que somos um casal homossexual! Por favor!!!

Nenhum comentário:
Postar um comentário