terça-feira, 19 de março de 2013

A Fidelidade Nossa de Cada Dia...




“…e não me reste de tudo, ao fim
Senão o sentimento desta missão e o consolo de saber
Que fui amante, e que entre a mulher e eu alguma coisa existe
Maior que o amor e a carne, um secreto acordo, uma promessa
De socorro, de compreensão e de fidelidade para a vida”.

Pois é, minhas amigas, depois de uns dias ausentes, eis que volto a escrever neste universo... o assunto hoje cai sobre uma palavrinha tão essencial aos relacionamentos amorosos, mas também, diversas vezes mal interpretada... a Fidelidade!
Como bem mostram os versos de Vinícius de Moraes, a fidelidade que devemos buscar no outro é uma fidelidade de vida! E alguns podem se perguntar, mas fidelidade de vida não é fidelidade de cama ou de sentimentos?!? A fidelidade de vida, caras amigas, é o compromisso firmado a dois de construírem e manterem a promessa de vida feita entre o mancebo e sua donzela!
Vejam, quando eu falo de promessa de vida eu quero dizer que a fidelidade entre casais deve ir além da mísera questão do corpo. Deve estar contida nas entrelinhas desse encontro. Nos cantos obscuros que, se não prestarmos atenção, passam-nos despercebidos. A fidelidade tem que ser de dentro pra fora, sacou? Tem que vir do mais profundo rincão de nossos insignificantes organismos!
Alguns podem até se indagar: "mas se ele (ou ela) dormir com outro?" 
Vai doer?!? Claro que sim! Mas, se ele (ou ela) dormir com outra pessoa, isso não seria uma traição do corpo?!? Será que chegaria a ser uma traição também do espírito?!? Da mente?!? Do coração?!? Não posso responder-lhes isso! Porque, lembrem-se, nós não somos o outro, não sabemos o que se passa na mente do outro e assim por diante. Só sabemos, e nem sempre com certeza, o que acontece dentro de nós mesmos!
A fidelidade passa, também, por outras cearas... as paixões e os quereres podem ser duradouros, longos, onde construímos acordos secretos, fidelidades de vida sólidas... mas, há contudo as paixões e os quereres fugazes, líquidos, temporários...estes nos arrebatam também, de forma intensa e crua, e constroem fidelidades por tempo determinado.
Independentemente de que tipo de fidelidade gozemos, com certeza temos a mais importante: A FIDELIDADE A NÓS MESMOS! Todos os dias ao acordar, se arrumar, ir trabalhar, fazer nada, cuidar da vida... somos fiéis àquilo que nos constitui! Fiéis às nossas crenças, aos nossos ideais, aos nossos sonhos, aos nossos abjetivos... somos fiéis ao que nos difere de todos os outros seres humanos! E, se assim permanecermos, a fidelidade que tanto se busca no outro, será apenas um reflexo da nossa própria fidelidade à vida!

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