quarta-feira, 20 de março de 2013

Eu também tenho um sonho, Martin!





É desesperador perceber que as palavras proferidas por Martin Luther King Jr. em agosto de 1968, ainda se aplicam nos dias de hoje... Quando Martin disse que tinha um sonho, um sonho de igualdade para todos os homens, ele falava de uma ferida profunda que, infelizmente, contaminou todo o Continente Americano, ele falava da escravidão, falava do preconceito racial, falava da não-valoração do ser humana por conta da cor de sua pele, falava da falta de respeito e de direitos do cidadão de pele escura e, seu discurso, poderia ser aplicado também às mulheres, aos homossexuais, enfim, a todas as minorias esquecidas e relegadas ao vazio pela "sociedade esclarecida"!

Martin dizia "Eu tenho um sonho de que meus quatro filhinhos, um dia, viverão numa nação onde não serão julgados pela cor de sua pele e sim pelo conteúdo de seu caráter"... Eu também tenho um sonho, Martin! Eu tenho o sonho de que nenhum nordestino vai ser chamado de paraíba no sudeste brasileiro, que nenhuma estudante de direito vai dizer que é um favor matar um nordestino que está infectando São Paulo... eu tenho o sonho de que os moradores das favelas tenham as oportunidades que eu tive, tenham boa educação, bons trabalhos, que não se percam no mundo do narcotráfico... eu tenho o sonho de que as mulheres serão tratadas com respeito todos os dias de suas vidas, que seus maridos, namorados, companheiros, não as agridam nem as matem por ciúmes ou necessidade de controle ou qualquer desculpa machista qualquer... eu tenho o sonho de que as mães desse mundo ensinem seus filhos a NÃO serem machistas, que os pais não levem seus filhos para puteiros na adolescência, que os meninos também sejam criados com respeito e que suas descobertas sejam naturais e por escolha...eu tenho o sonho de que chegará o dia em que o caráter de uma pessoa seja mais importante do que se sua pela é amarela, vermelha, preta, branca ou azul, se ela tem tatuagens ou usa piercing, se ela namora com ela e ele namora com ele, se eles namoram com muitos, se eles são hétero, metro, homo, trans, bis... que nada disso importe a nenhum de nós, que a essência seja sempre mais importante que a 'casca', e que as escolhas íntimas de cada um não seja motivo de piadas e chacotas, mas de respeito e dignidade...Eu tenho um sonho, Martin! Eu tenho o sonho da liberdade! A liberdade de todos os estereótipos! A liberdade de todos os julgamentos!! A liberdade de todo tipo de preconceito! A liberdade para sermos o que somos, ou o que queremos ser, de forma plena, verdadeira e justa!!! Como você disse uma vez, Martin: "Quando deixarmos soar a liberdade, quando a deixarmos soar em cada povoação e em cada lugarejo, em cada estado e em cada cidade, poderemos acelerar o advento daquele dia em que todos os filhos de Deus, homens negros e homens brancos, judeus e cristãos, protestantes e católicos, poderão dar-se as mãos e cantar com as palavras do antigo spiritual negro: " Livres, enfim. Livres, enfim. Agradecemos a Deus, todo poderoso, somos livres, enfim."



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