El Miedo... |
Começo o texto de hoje tendo como mote a música de Lenine "Miedo"... logo em seu começo ouvimos o seguinte: "Tienen miedo del amor y no saber amar/ Tienen miedo de la sombre y miedo de la luz/ Tienen miedo de pedir y de callar/ Miedo que da miedo del miedo que da... Infelizmente é tão comum essa sensação de medo que nos dá diante dos desafios que a vida nos impõe! O primeiro é o medo de amar! Ah! Amar dá um medo paralisante, porque amar é tornar-se vulnerável ao outro, mostrar-se sem máscaras nem subterfúgios, ser e estar verdadeiro e inteiro com o outro... amar é jogar-se no abismo sem paraquedas e de vendas nos olhos, porque o amor não mostra o futuro, não é clarividente, o amor é instante, dia a dia, pulsar de corações, frio na espinha...e quando esse amor não é correspondido é um tal de Deus nos acuda!!! Porque todos os sintomas estão lá, mas o remédio não quer chegar às suas mão... aí, o negócio começa a desandar, e você começa a ter medo que o outro, aquele que não te ama como você queria, perceba o seu suor frio, seus olhos brilhantes e sua cara de idiota todas as vezes que o mancebo-amor está por perto... o amor me dá um medo de morte!!!
Mas, continuando nas linhas do amado Lenine temos o seguinte: Medo de olhar no fundo/ Medo de dobrar a esquina/ Medo de ficar no escuro/ De passar em branco, de cruzar a linha/ Medo de se achar sozinho/ De perder a rédea, a pose e o prumo/ Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo... temos sempre em nós o medo de nos conhecermos a nós mesmos, de forma profunda e plena. Medo de sabermos quem somos realmente, com nossas belezas e feiuras. Nossas qualidades e defeitos. Esse, na minha opinião, caras amigas, é o segundo maior medo que sentimos em nossas vidas. É aterrorizante conhecermos nós mesmos assim tão profunda e definitivamente. E se abominarmos o que descobrirmos? E se não gostarmos de quem nós somos? E se, ao despir as máscaras tão cultuadas pelos gregos, quisermos recolocá-las e não mais conseguirmos? Bem, a dica é: mude!!! Transforme-se naquilo que você pensou que fosse, mas não era, sacou?!? Além do medo de descobrir-se a si mesmo, existe também o medo do desconhecido... o medo das oportunidades que surgem e que você fica na dúvida "vou? não vou? vai ser bom? vai ser ruim? e se eu não me adaptar?" Enfrento esses dias um dilema destes. Na busca pelo doutoramento, me lanço em duas seleções... uma que pode me levar para a selva de pedra de São Paulo e outra que pode me carregar para o além-mar.... Medo do que virá?!? Claro! Desistir de ir?!? De jeito nenhum!!!
Lenine, sabiamente nos diz como o medo pode nos impedir de viver, não coisas boas ou ruins, mas de VIVER nossas vidas tal qual ela se apresenta nas veredas dessa estradas, e como viandantes trôpegos e vacilantes, vamos, mesmo sem querer, deixando passar oportunidades que o tempo não nos traz de volta... por que se formos pensar, ainda utilizando a música de Lenine, teremos medo assim: Medo de fechar a cara/ Medo de encarar/ Medo de calar a boca/ Medo de escutar/ Medo de passar a perna/ Medo de cair/ Medo de fazer de conta/ Medo de dormir/ Medo de se arrepender/ Medo de deixar por fazer/ Medo de se amargurar por aquilo que não se fez/ Medo de perder a vez/ Medo de fugir da raia na hora H/ Medo de morrer na praia depois de beber o mar...
Então, meus amores, vivamos sem medo... ou se o medo surgir em nossas sendas, que tenhamos a coragem de continuar mesmo sentindo medo!!!!
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